Votos do utilizador: 5 / 5

Estrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativaEstrela ativa
 

Com o decorrer dos séculos, e, ironicamente, com o desenvolvimento do conhecimento, os Homens começaram a questionar-se sobre o que seria o conhecimento, bem como de onde vinha e se existia, na realidade.

De forma a apresentar uma possível resposta ao problema do conhecimento, foi criado o ceticismo filosófico, por Pirro. Ceticismo filosófico é a doutrina filosófica em que a verdade de todo o conhecimento deve ser sempre posta em questão e que a investigação deve ser um processo de duvidar. Pressupõe, então, uma atitude que duvida da noção de verdade absoluta ou conhecimento absoluto. Com base no referido, é possível afirmar que o cético é aquele que acredita na impossibilidade total ou parcial de conhecimento.  

De forma a justificar a sua posição, os céticos apresentam, então, três argumentos principais. O argumento de regressão infinita afirma que nada se pode compreender por si, nem com base noutra coisa: para justificar uma crença tem de se recorrer a outra e, assim, ou caímos num círculo vicioso ou temos de recorrer a outras crenças, numa cadeia de justificação até ao infinito.  Por outras palavras, como é sempre legítimo solicitar uma justificação, instala-se uma cadeia de justificações, visto que justificamos as nossas crenças com recurso a outras crenças, no entanto, estas só podem servir de justificação se forem justificadas. Por ser impossível chegar-se a uma justificação derradeira, os céticos acreditam que nenhuma crença pode ser justificada validamente. No entanto, ao afirmarem que não é possível justificar as crenças de um sujeito, também a sua crença de que o conhecimento é impossível é injustificada e, consequentemente, inválida.  

De seguida, o argumento da ilusão percetiva baseia-se nos enganos e nas ilusões dos sentidos, ou seja, reconhece que existem, relativamente ao mesmo objeto, sensações e perceções diferentes, e até incompatíveis; os objetos, pelas diversas formas em que surgem, desencadeiam ilusões e aparências. Com este argumento, os céticos tentam convencer-nos que os objetos imediatos da perceção são os dados dos sentidos (objetos mentais do que é sensorialmente apresentado) e não os objetos propriamente ditos. Assim, por serem uma representação e interpretação do objeto, que está sujeita à subjetividade, os dados dos sentidos não devem ser confiados.  

Por fim, o argumento da divergência de opiniões fundamenta-se na discordância e na divergência de opiniões:  se existem opiniões divergentes, então nenhuma se encontra adequada ou suficientemente justificada, o que torna impossível que nos decidamos por uma ou outra. Embora pareça válido, este argumento negligencia todas as crenças consensuais que existem atualmente. Leis da Matemática, por exemplo, não são refutadas nem criticadas por ninguém credível, ou seja, existe concordância entre os membros da comunidade. 

Apesar de a teoria cética apresentar argumentos relativamente convincentes, a sua vertente radical contraria-se a si mesma, na medida que, ao afirmar que o conhecimento é impossível, está a exprimir um conhecimento. Por consequência considera o conhecimento como possível e, no entanto, afirma simultaneamente que é impossível. A sua vertente moderada enfrenta, também, dificuldades. Segundo esta, não há verdade nem certeza, mas apenas probabilidade, ou seja, nunca podemos ter a pretensão de que os nossos juízos são verdadeiros, apenas prováveis. Como o conceito de probabilidade pressupõe o de verdade, visto que provável é aquilo que se aproxima do verdadeiro, quem renuncia o conceito de verdade tem também de abandonar o conceito de probabilidade. Assim, os ceticismos caem, por si só, “em terra”.  

Concluindo, os realizadores deste trabalho tomam uma posição incompatível com o ceticismo pelas críticas tecíveis a este. Não obstante, estes acreditam que o conhecimento é paradoxal, visto que é impossível saber que não se sabe, bem como improvável saber que se sabe. A tese dos céticos absolutos cai no paradoxo de Sócrates, porque esse “Só sei que nada sei” é, por si só, um saber, o que a leva a ser desacreditada. O argumento da regressão infinita, no entanto, é aceite, em parte, pelos membros do grupo o que os leva a acreditar que é improvável termos a certeza absoluta do conhecimento.  

Diogo, Francisca, Gonçalo e Margarida - 11ºAno

Revisão: Prof. Miguel Portugal

*Pequeno ensaio filosófico realizado na disciplina de Filosofia, em EaD.

Sobre Nós

Bem-vindo ao Expressões, o único jornal escolar que te vai manter a par de todas as notícias do Agrupamento de Escolas de Valpaços.

O Agrupamento

O Agrupamento de Escolas de Valpaços é constituído pelas escolas: Escola Secundária de Valpaços (Sede); Escola Básica Júlio do Carvalhal de Valpaços; Centro Escolar de Valpaços; Escola Básica José dos Anjos de Carrazedo de Montenegro; Escola Básica de Lebução; Escola Básica de Vilarandelo; Jardim de Infância de Argeriz; Jardim de Infância de Veiga de Lila.

Contactos

Escola Secundária de Valpaços (Sede)
Avenida Estádio da Cruz
5430-461 Valpaços – Portugal
(+351) 278 717 163