O problema da interculturalidade reflete sobre a maneira como devemos interagir com outras culturas de maneira a que todas as pessoas sejam tratadas de forma justa, independentemente da sua raça, crença, orientação sexual, entre outros.
Para a resolução deste problema é necessário ter em conta três conceitos:
Identidade das pessoas de determinada cultura, ou seja, a maneira como uma pessoa se define, o modo como as suas características fundamentais fazem dela um ser humano;
A tolerância que devemos ter com diversas culturas, ou seja, a aceitação de uma ação, ideia, objeto ou pessoa da qual não se gosta ou discorda, é uma relação de desigualdade em que as pessoas toleradas são consideradas “inferiores”;
O reconhecimento de grupos culturais diversos: “a nossa identidade forma-se, em parte pela existência ou inexistência do reconhecimento e muitas vezes pelo reconhecimento incorreto dos outros, podendo um indivíduo ou grupo serem prejudicados pela ideia errada que alguém possa transmitir sobre eles, essas pessoas podem passar a ser consideradas inferiores ou mesmo serem desprezadas. O não reconhecimento ou reconhecimento incorreto, pode ser uma forma de agressão á integridade psicológica da pessoa, ou pode chegar a que outros, influenciados pela imagem distorcida que foi criada de determinada cultura, além de a desprezarem e restringirem, encaram-na com receio e violência.
Existem três conceções políticas sobre a diversidade cultural:
O assimilacionismo, ou seja, se alguém de outra cultura, religião, costumes, etc. Está num país que não o seu, esta terá de se “assimilar” às suas culturas, por exemplo, no caso da utilização da burka, existem países em que é proibido a sua utilização em todos os espaços públicos levando as pessoas a adotar um comportamento oposto ao da sua cultura. Os costumes de certas etnias ou religiões podem ser proibidos noutro país que não o da sua origem, como é o caso da mutilação genital feminina, já que esta prática viola os direitos humanos da pessoa, ainda mais porque costuma ser praticada em menores, ou seja, crianças. Em países que aceitam e cumprem os direitos humanos, esta prática e outras do género não podem ser praticadas, mesmo que possam ser feitas ilegalmente em certas comunidades. Desta forma o assimilacionismo integra no país para onde imigram, as minorias culturais, em termos de língua, cidadania e identidade cultural. Nesta concessão as políticas publicas não reconhecem a existência de comunidades e/ou culturas distintas.
Na nossa opinião um assimilacionismo estigmatiza grupos culturais minoritários, sendo de certa forma xenófobo não reconhecendo as minorias. Certos hábitos, desde que não prejudiquem nenhuma pessoa deviam ser permitidos, outros devem ser proibidos, porém deve se tentar integrar as pessoas que os praticam, ensinando-lhes o porquê (violação dos direitos humanos) de estarem errados para evitar que se sintam desprezados e impossibilitados.
O interculturalismo aceita as culturas minoritárias, distintas das do país para onde imigram, levando a uma relação de aprendizagem mútua. A sua coexistência leva a que ambos os lados sejam enriquecidos, pois reconhecem e aprendem mais acerca de uma cultura diferente. São conscientes da sua interdependência respeitando-se mutuamente e tendo consciência da diversidade. Apesar disto não é concedida a total liberdade às minorias para praticarem os seus costumes levando-os a ter de adotar certos comportamentos do país em que estão cumprindo com os valores, a história e as tradições das nações anfitriãs, por exemplo, a utilização de burka é permitida, ou seja, tolerada, porém está proibida em certos espaços públicos como por exemplo escolas.
Esta concessão política não concede o reconhecimento absoluto das culturas minoritárias e é de certa forma uma versão amenizada do assimilacionismo. Contudo consideramos que esta seja a teoria mais correta, pois é necessário que as minorias se sintam intrigadas e que possam praticar os seus costumes, religiões, entre outros, mas com restrições dado que certas práticas não estão de acordo com a lei e constituição do país.
O multiculturalismo é a conceção política mais liberal destas três, os grupos ou indivíduos pertencentes a diferentes culturas coexistem na mesma sociedade. As minorias são reconhecidas e consideradas comunidades distintas, e as políticas públicas encorajam essa distensão, por exemplo, no caso da utilização da burka, é considerado que as pessoas podem usar o que quiserem em público incluindo a mesma.
O multiculturalismo dá demasiada liberdade às comunidades imigrantes já que não apresenta restrições mesmo que certas práticas acabem por ser prejudiciais tanto psicologicamente como fisicamente para as pessoas com quem são praticadas. As pessoas nativas do país acabam por se sentir desprezadas, pois têm de lidar com certas circunstâncias que não consideram corretas. Esta concessão política é o oposto do assimilacionismo.
Filipe, Margarida, Inês e Diana - 11º Ano
Revisão: Prof. Miguel Portugal