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A violência escolar é uma questão preocupante que requer um olhar atento dos profissionais da educação, pois quando a abordamos, vemos apenas uma série de situações nas quais os educandos trocam pontapés, ferem-se, batem-se, quebram objetos pessoais. Na realidade, a violência é bem mais ampla e manifesta-se nos relacionamentos educativos, no processo de ensino-aprendizagem ou até mesmo na sala de aula.

Neste contexto, há um tipo de violência não menos cruel, exercida, principalmente, no âmbito escolar: o bullying. Aqui, praticam-se humilhações, discriminações, intimidações, perseguições, de forma intencional e repetida para desmoralizar as vítimas e, a partir do momento em que estas passam a sofrer as consequências desses atos, são sentidos reflexos no âmbito afetivo ou na aprendizagem.

A incidência desse fenómeno tem sido um problema cada vez mais presente dentro das escolas, sejam públicas ou privadas, podendo trazer consequências negativas para o aluno, demonstrando, com isso, que intervenções no sentido de acabar com estes problemas devem ser levadas a cabo.

Muitas pesquisas se têm feito sobre as causas deste fenómeno no sentido de investigar e reduzir a incidência de comportamentos agressivos nas escolas.

Hoje é reconhecido que o bullying, como fenómeno social, pode surgir em diversos contextos, como parte de problemas nas relações pessoais entre adultos, jovens e crianças em diferentes locais, tais como: escola, ambiente familiar, trabalho, prisões, entre outros.

Assim, o bullying não é fenómeno exclusivo da escola, apenas existem condições favoráveis à sua ocorrência dentro do espaço escolar. A escola é o segundo ambiente de socialização que temos na nossa cultura, a seguir à família, pois é a ela que é concedida a primeira e mais importante função, geradora dos valores e princípios do ser humano.

Sendo assim, a família, veículo na formação da personalidade do indivíduo, deve estabelecer com ele um laço afetivo, baseado numa relação de carinho, amor, respeito, tolerância, cooperação e solidariedade, desenvolvendo a autoestima e a autoconfiança da criança, dando-lhe a possibilidade de lidar com seus próprios sentimentos, emoções e com os conflitos surgidos nas relações interpessoais, criando mecanismos de defesa e de autossuperação.

Tendo a escola consciência de que este fenómeno não é um problema da sua exclusiva responsabilidade, a sua omissão pode vir também a contribuir para a conduta agressiva do indivíduo, pelo que deve tomar medidas de intervenção que incentivem a participação e o acompanhamento dos pais na vida escolar das crianças, consciencializando-as do seu papel.

Surge, pois, a necessidade de todos os agentes educativos apresentarem a sua contribuição, desenvolvendo um trabalho de prevenção e auxílio perante os factos para que, assim, se obtenham resultados mais eficazes, face à complexidade dos casos que ao bullying dizem respeito.

Com base neste pressuposto, decidiu a turma A do 5º ano desenvolver um projeto, na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, com a colaboração dos professores das disciplinas de matemática, português e EMRC, tendo como objetivo a sensibilização de toda a comunidade escolar para este fenómeno. Neste sentido, foram produzidos desdobráveis e marcadores de livros para a biblioteca. O desdobrável selecionado foi fotocopiado e enviado a todos os encarregados de educação dos alunos do 2º ciclo, a fim de os alertar para este flagelo. Foi também elaborado numa aula de português um inquérito a que responderam 59 alunos do 5º ano. De acordo com os resultados obtidos, constatou-se que uma grande maioria acha-se sociável e com boa aparência, denunciando uma elevada autoestima. A maior parte dos alunos não sofreu qualquer tipo de agressão. Os que responderam afirmativamente referem que os agressores pertencem à sua turma de escola. De um modo geral, as agressões são perpetradas por elementos isolados ou por pares de colegas da sua idade ou mais velhos, através da chantagem ou ameaça. Estes agredidos indicam o recreio como local privilegiado para levar a cabo estas situações. Uma grande maioria não apresentou queixa à Direção da Escola mas deu conta da situação aos pais ou diretor(a) de turma, referindo que as queixas não têm, por norma, consequências para o agressor. Quando questionados sobre ter alguma vez presenciado situações de bullying, a maior parte dos alunos respondeu negativamente, muito embora uma percentagem elevada tenha assistido a algumas situações desagradáveis e pedido ajuda a adultos para socorrer os agredidos.
Através das respostas ao questionário conclui-se que a maior parte dos alunos não praticou bullying. A fraca percentagem dos discentes que, alguma vez, exerceram algum tipo de agressão sobre outros, referem ter sido ajudados por alguém.

De acordo com os resultados desta pesquisa verifica-se que, na nossa escola, o bullying apresenta valores pouco significativos. No entanto, esta amostra sugere que se deve estar alerta aos sinais para se poder atuar atempadamente.

É de salientar que uma das limitações deste tipo de estudo se centra na dificuldade de os alunos falarem pouco ou nada sobre a situação e seja, muitas vezes, difícil diagnosticar precocemente a existência deste fenómeno.

5ºA - Disciplina de Cidadania e Desenvolvimento

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